segunda-feira, 17 de junho de 2019

DINÂMICA DA PARASITOSE GASTRINTESTINAL EM BÚFALOS NATURALMENTE INFECTADOS NO MUNICÍPIO DE ROSÁRIO DO SUL, RS.

INTRODUÇÃO
Os bubalinos são de extrema docilidade, com aptidão para produção de carne, leite e tração, com isso uma excelente opção para pequenos e grandes produtores. Além disso, possuem uma boa adaptabilidade às condições climáticas das áreas tropicais e subtropicais, maior resistência a ectoparasitas, e a intoxicações por plantas. Apesar da rusticidade são susceptíveis a todas as doenças infecciosas e não infecciosas que acometem os ruminantes, inclusive parasitoses gastrintestinais. No entanto, ocorrem diferenças entre bovinos e bubalinos quanto a prevalência, intensidade das infecções e espécies parasitarias que os acometem, necessitando com isso, a correta identificação e estudo das parasitoses em separado. As verminoses são umas das principais causas da mortalidade dos bubalinos jovens justificando um rigoroso controle sanitário do rebanho, com intuito de evitar perdas na produção como baixo ganho de peso, redução da ingestão de alimentos, perda de sangue e proteínas plasmáticas no trato gastrointestinal. Com isso, o entendimento das características epidemiológicas e dos principais parasitas que acometem é imprescindível para o efetivo controle das infecções parasitárias dentro de um rebanho de bubalinos.
OBJETIVOS
Identificar e quantificar parasitas gastrintestinais em bubalinos adultos e terneiros naturalmente infectados no município de Rosário do Sul - RS.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em uma propriedade particular situada na localidade denominada Estância Guará, pertencente ao município de Rosário do Sul, RS. As avaliações foram realizadas entre agosto de 2018 a abril de 2019. Durante a execução do experimento para a avaliação da interferência climática foi observado diariamente a precipitação (mm), temperatura (Cº) e umidade relativa do ar (%) para obtenção dos valores médios ao longo de período. Foram utilizados 92 animais dos cruzamentos das raças Murrah, Jafarabadi e Mediterrâneo, sendo 50 fêmeas adultas 2 machos adultos e 40 terneiros, com idades aproximadas de 26 meses e 50 dias, respectivamente. Os animais identificados com brincos e mantidos durante todo o período em área experimental de aproximadamente 300ha em condições extensivas, em campo nativo e pastagem cultivada, com presença de água ad libitum. As amostras de fezes foram coletadas diretamente da ampola retal dos animais em intervalos de aproximadamente 30 dias, onde eram acondicionadas em caixas térmicas e encaminhadas ao laboratório de parasitologia animal da Universidade Federal do Pampa, campus Dom Pedrito- RS e preservadas em refrigeração (4ºC) até a realização dos exames. O OPG foi realizado em 100% dos animais e, uma amostragem foi utilizada para a técnica de coprocultura para identificar os gêneros de nematóides presentes nas fezes. Para a realização do OPG foram utilizadas 2g de fezes e 58 ml de solução hipersaturada de Cloreto de Sódio (NaCl), por amostra. A contagem foi realizada em câmara de McMaster e o número de ovos encontrados foi multiplicado por 50. Enquanto para a coprocultura um pool de fezes por categoria animal foi incubado em recipientes com aeração, umedecidos constantemente e colocados em estufa à temperatura de 24ºC por um período de 10 dias, posteriormente ocorreu à recuperação e identificação das larvas infectantes dos animais.


RESULTADOS
Durante experimento foram realizadas sete coletas de fezes dos animais, nas quais, foram possíveis verificar a presença de parasitas gastrintestinais como nematódeos, cestódeos e coccídeos. Observou-se a maior quantificação de OPG e de OOPG (oocistos) em animais jovens, assim como, maior quantidade de gêneros parasitários nesses animais. Nos animais adultos foi observada uma resistência à infecção parasitária uma vez que, permaneceram com OPG dentro do limite preconizado até 300 ovos por grama de fezes, durante todo o período de avaliação. Os principais gêneros de estrongilídeos identificados nas coproculturas foram Haemonchus sp, Trichostrongylus sp, Ostertagia sp e Oesophagostomum sp.


Figura 2- comparação entre médias de OPG de Búfalos  Adultos x Terneiros durante as sete coletas
Figura 1- Demonstração da % dos principais parasitas encontrados  de acordo com a categoria dos búfalos e coleta.
CONCLUSÃO
No decorrer do experimento foi possível verificar a resistência dos bubalinos adultos contra parasitas gastrintestinais, da mesma forma, que foi evidenciado a necessidade de um controle parasitário em terneiros, uma vez que, quanto mais jovem mais suscetível. Nesses animais jovens o Toxocara vitulorum foi o parasita de maior ocorrência e sua incidência foi diminuindo com o crescimento dos animais. Para melhor compreensão da dinâmica da parasitose se faz necessária a análise da interferência dos fatores climáticos, pois interferem diretamente na quantidade de parasitas presentes no ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGHESE, A.; MAZZI, M. Buffalo Population and Strategies in the World In: BUFFALO PRODUCTION AND RESEARCH Cap. I, Roma: FAO, 2005.
BHATIA, B. B. Parasites of river buffaloes In: TULLOH, N.M.; HOLMES, J. H.G. Buffalo Production. Amsterdam:FAO, 1992, Cap. 15, p. 309-310.
Bier, D; Teruya, L; Borges, D; Neves, J; Santos, L; Borges, F. EPIDEMIOLOGIA DE HELMINTOS GASTRINTESTINAIS EM BÚFALOSCienc. anim. bras., Goiânia, v.19, 1-9, e-40882, 2018.

ESCRIVÃO,S; BASTIANETTO, E; NASCIMENTO, E; AMARAL, F; SERRANO, A. Primeiros cuidados na criação de bezerros bubalinos. Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.29, n.1, p.46-48, jan./mar. 2005












Nome dos integrantes da equipe: Anelise Martins, Médica veterinária Dra em Sanidade Animal Lourdes Hirschmann, Médica veterinária Dra em Veterinária Preventiva Tisa Leite, Médica Veterinária Dra em Produção Animal Sandy Fonseca Acadêmica curso Zootecnia Unipampa/Dom Pedrito Marcele Ribeiro Acadêmica curso Zootecnia Unipampa/Dom Pedrito Mitalli Ribas Acadêmica curso Zootecnia Unipampa/Dom Pedrito Brenda Alves Acadêmica curso Zootecnia Unipampa/Dom Pedrito Gustavo Lopes Acadêmica curso Zootecnia Unipampa/Dom Pedrito